Inovação no semiárido: o pioneiro cultivo de tamareiras em Tenente Laurentino Cruz/RN

No coração do semiárido potiguar, Tenente Laurentino Cruz (RN) se destaca como palco de uma transformação agrícola inovadora: o cultivo de tamareiras. Liderando esse movimento está José Lázaro da Gama, um produtor visionário que adaptou essas plantas ao clima local, mostrando que o semiárido brasileiro tem potencial para se tornar referência na produção de tâmaras.

 

Pioneirismo no Semiárido

 

A trajetória de José Lázaro começou em 2013, quando um curso de paisagismo despertou seu interesse pelas tamareiras, plantas de grande valor econômico e paisagístico. Intrigado com a possibilidade de cultivá-las no Brasil, ele mergulhou em estudos e experimentações, enfrentando desafios como a falta de informações técnicas e as dificuldades climáticas da região.

Hoje, sua propriedade conta com cerca de 150 pés das variedades Deglet Nour, responsável por 80% da produção mundial de tâmaras, e Medjool, famosa pelo sabor e tamanho diferenciados. No semiárido potiguar, essas plantas frutificam em apenas dois anos e meio, superando em precocidade regiões tradicionais, como o Oriente Médio, onde o processo pode levar até oito anos.

 

Sustentabilidade e Inovação no Campo

 

Mais do que uma área de produção, o sítio de Lázaro tornou-se um modelo de inovação sustentável. Ele utiliza práticas como irrigação por gotejamento, consórcio com outras culturas – como cajueiros e pinheiras – e manejo adequado do solo para otimizar os recursos naturais disponíveis.

 

Essas técnicas, além de viabilizarem a produção, reforçam a capacidade do semiárido de diversificar suas atividades agrícolas. “O potencial da nossa terra é enorme, e estamos mostrando que é possível inovar mesmo em condições adversas”, afirma Lázaro.

 

Educação e Expansão do Conhecimento

 

O trabalho de José Lázaro também se estende à disseminação de conhecimento. Ele publicou o e-book Mundo das Tamareiras, que funciona como um guia técnico para produtores e pesquisadores interessados na cultura, e colabora com universidades e institutos de pesquisa. Um dos projetos de destaque é realizado em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC), que investiga o uso das tâmaras na produção de cervejas artesanais, ampliando ainda mais as possibilidades de mercado para o fruto.

 

Um Mercado com Grande Potencial

Embora a produção de tâmaras de Lázaro ainda seja pequena, em torno de 150 kg anuais, o mercado é altamente promissor. A demanda por mudas e rebentos – utilizados tanto na produção quanto no paisagismo – cresce a cada ano, destacando o alto valor agregado dessa cultura. “O semiárido brasileiro tem condições extraordinárias para expandir o cultivo de tamareiras e suprir um mercado em plena expansão”, explica o produtor.

 

Um Legado de Transformação no Semiárido

 

José Lázaro acredita que seu trabalho vai além do cultivo de tamareiras. “O que estamos plantando aqui não é apenas uma nova cultura agrícola, mas também sementes de inovação, desenvolvimento e valorização do semiárido”, afirma.

 

Com sua visão e dedicação, Lázaro está ajudando a transformar Tenente Laurentino Cruz em um exemplo de como o semiárido pode unir tradição e inovação, superar desafios e criar novas oportunidades para o futuro.

 

2 Responses

  1. Vi, com grande prazer, materia acerca sua plantação de Tâmara, no RN

    Tenho uma pequen̈a qúe propriedade rural, em Russas,.que fica no CE, perto do RN.
    DEPOIS. QUERO SABER AONDE
    O AMIGO CONSEGUIU AS
    MUDÁS DAS ESPÉCIES CITADAS NA MATERIA ACIMA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress