Reconhecimento histórico marca um novo capítulo para a ovinocultura brasileira com raça adaptada ao semiárido
Durante a programação da 26ª Exponovos, realizada em Currais Novos (RN), no dia 25 de abril de 2025, foi oficializado o registro dos primeiros animais da raça Soinga — a mais nova raça de ovinos do Brasil, desenvolvida especialmente para as condições do semiárido nordestino. O momento histórico reuniu autoridades, técnicos e criadores, marcando um avanço significativo para a ovinocultura regional e nacional.
Participaram da solenidade o secretário de Agricultura do Rio Grande do Norte, Guilherme Saldanha; o presidente da Associação Norte-Rio-Grandense dos Criadores de Ovinos e Caprinos (ANCOC), Caius Otávio; o presidente da Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores (ANORC), Matheus França; além do advogado Aquiles Perazzo, que representou, in memoriam, seu pai, Dr. José Paes de Melo, idealizador da raça Soinga.

A Soinga foi oficialmente reconhecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em janeiro deste ano, após mais de 15 anos de estudos, análises genéticas e avaliação de desempenho dos animais. O projeto de reconhecimento foi viabilizado com apoio de uma emenda parlamentar do ex-deputado Betinho Rosado, no valor de R$ 100 mil, e conduzido por meio de parceria entre a Secretaria de Agricultura do RN (SAPE), o MAPA e os zootecnistas Cláudio Adriano, Ana Luiza Guerreiro e Karoline Batista de Paiva Lopes.
Resultado do cruzamento entre as raças Somalis Brasileiro, Morada Nova e Bergamácia Brasileira, a Soinga é uma raça genuinamente adaptada ao semiárido, reunindo características como rusticidade, resistência à seca, alta fertilidade, habilidade materna e qualidade superior de carne. Com essas qualidades, a raça promete se tornar uma referência para pequenos e médios criadores em regiões de clima árido e semiárido.
Atualmente, existem cerca de 4 mil ovinos da raça Soinga no Rio Grande do Norte, distribuídos entre aproximadamente 40 criadores, principalmente na região Oeste do estado. A raça também já começa a ser criada na Bahia, Pernambuco e até no Rio de Janeiro. Com a homologação oficial, o registro genealógico dos animais passará a ser feito pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), garantindo o controle e a pureza genética da raça.
Durante o evento, o secretário Guilherme Saldanha destacou a importância da conquista: “A Soinga é um símbolo da capacidade técnica e da força dos nossos criadores. É uma raça resistente, produtiva, que representa um avanço enorme para a pecuária do semiárido. Estamos fazendo história aqui.”
A oficialização da raça Soinga na Exponovos representa não apenas um marco técnico, mas também um reconhecimento do potencial produtivo do Nordeste. Para os criadores, é o início de uma nova era de valorização genética e oportunidades comerciais, fortalecendo a economia rural e incentivando a permanência do homem no campo.
Matéria: Adeilton Silva / Portal Agro Sertão





