Um marco significativo para a produção de camarão no Brasil foi alcançado com a recente decisão de suspender a importação de camarão do Equador. A medida representa um alívio para os produtores nacionais, especialmente no Nordeste, região que concentra a maior parte da carcinicultura brasileira.
Entre 2004 e 2010, a produção de camarão no Brasil enfrentou uma das maiores crises sanitárias de sua história com a doença da Mancha Branca. O impacto foi devastador: produtores e empresas de beneficiamento fecharam as portas, milhares de empregos desapareceram, exportações foram interrompidas, e o crédito ao setor secou. Foi uma catástrofe gerada por uma única doença.
Desde então, o setor tem solicitado ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) maior rigor na inspeção sanitária do camarão importado. No caso do Equador, as condições sanitárias preocupam devido à presença de pelo menos 14 doenças que não existem no Brasil. A entrada desse camarão representa um risco grave para a produção local, que se recupera gradualmente da crise passada.
A suspensão da importação foi resultado de um esforço articulado entre lideranças do setor e do governo. Guilherme Saldanha, secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte, esteve recentemente reunido com o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, e o secretário da Defesa Agropecuária do MAPA, Carlos Goulart. Durante o encontro, foram reforçadas as preocupações do setor produtivo com os riscos sanitários e a necessidade de proteger a carcinicultura nacional.
Com essa medida, o mercado interno deve se fortalecer, facilitando o escoamento da produção nacional. O Brasil, conhecido pela alta qualidade do camarão cultivado em cativeiro, poderá consolidar sua presença tanto no mercado interno quanto em futuras exportações. Além disso, a decisão reforça a biossegurança, protegendo os produtores brasileiros de uma possível nova crise sanitária.
O setor produtivo agora respira aliviado, com a esperança de retomar o crescimento sustentável, gerar mais empregos e fortalecer a economia regional. A decisão do MAPA é vista como um passo crucial para garantir a segurança sanitária e valorizar o camarão brasileiro no mercado.





